Solidariedade à Tifanny Abreu, do Vôlei Osasco

AtivOz aprova moção de solidariedade à jogadora que sofreu ataques transfóbicos

5 maio 2023, 13:27 Tempo de leitura: 2 minutos, 3 segundos
Solidariedade à Tifanny Abreu, do Vôlei Osasco

AtivOz aprova moção de solidariedade à jogadora que sofreu ataques transfóbicos

A ladainha é sempre a mesma: basta o Vôlei Osasco perder uma partida que os transfóbicos surgem nas redes sociais da Tifanny hostilizando-a e fazendo piadas esdrúxulas. Na semifinal da Superliga Feminina, em abril, a história se repetiu quando o time de Osasco perdeu a primeira partida para o Minas, por 3 sets a 1.
Não bastou Tifanny ter atuado de forma brilhante no jogo, marcando 20 pontos para o clube osasquense: assim que a partida terminou, as redes sociais começaram a massacrar a jogadora com piadas e ataques pessoais. Foram cerca de 80 comentários transfóbicos em sua rede social.

Na luta contra a transfobia, a AtivOz propôs uma moção de solidariedade à jogadora, que compareceu à Câmara Municipal de Osasco, no dia 2 de maio, para acompanhar a sessão. Aprovada por unanimidade pelos vereadores presentes, a moção deixou a atleta emocionada.

Tifanny Abreu é uma mulher potente. Apesar de sofrer diariamente com o preconceito e a transfobia, sabe que sua representatividade importa. “O preconceito vem sempre enraizado, mas, uma criança, ao nos ver, vê que ela não é diferente, que ela não é uma aberração, que ela não é motivo de chacota. Vê que ela é uma pessoa que merece respeito, afirmou.

Quem é Tifanny

Primeira mulher trans a atuar no vôlei feminino brasileiro, Tifanny Abreu é ponteira do time do Osasco desde 2021. Descobriu o vôlei ainda na infância e começou a jogar profissionalmente aos 17 anos de idade.
Iniciou a transição de gênero em 2012, quando morava na Bélgica, onde jogava. Achou que não poderia mais ser atleta, mas descobriu que havia regras de contagem hormonal, e então voltou a atuar profissionalmente na Bélgica e depois na Itália.
Voltou ao Brasil em 2017, depois de receber convite da equipe do Sesi Vôlei Bauru, pela qual jogou na primeira Superliga. Quando começou a atuar no Sesi Bauru, Tifanny foi alvo de inúmeros ataques transfóbicos, vindos de jogadoras, comissões técnicas e até da imprensa esportiva, que questionavam se ela teria ou não vantagens em relação às demais atletas.
A jogadora foi liberada pela Federação Internacional de Vôlei e pela Confederação Brasileira de Vôlei para participar da competição porque estava dentro das regras internacionais do COI (Comitê Olímpico Internacional), que estipula o limite de testosterona no sangue.