Quem são os identitários? – Uma resposta ao dirigente da Revolução Solidária

É impossível defender os trabalhadores sem defender a sua diversidade

24 ago 2021, 16:58 Tempo de leitura: 1 minuto, 57 segundos
Quem são os identitários? – Uma resposta ao dirigente da Revolução Solidária

Na última segunda-feira  no debate entre as chapas que comporão a direção municipal do PSOL de Osasco uma fala do dirigente da Revolução Solidária (corrente nova do PSOL ligada ao Boulos e ao MTST) chamou atenção por ao invés de estabelecer uma leitura da conjuntura geral e/ou da cidade preferiu atacar o único mandato do PSOL local. Alguns ataques eram risíveis como a acusação de que a Mandata Coletiva e Popular “esconde” o PSOL, ignorando nossa defesa, justamente, do aumento de protagonismo do PSOL na cidade. 

Apesar de não concordarmos com as críticas e acreditar que elas são mais fruto da disputa interna do que de opiniões pensadas e elaboradas, um posicionamento em particular merece ser respondido de forma mais detalhada. O dirigente da RS, Gabriel Romito, criticou o mandato do PSOL da cidade porque seríamos “identitários” e que esse desvio afasta o mandato da classe trabalhadora e faz do PSOL motivo de piada por projetos como o de garantir o direito de que as pessoas trans, travestis e intersexo possam utilizar banheiros de acordo com sua designação de gênero.  

Defender a luta anti racista, feminista e, o que sabemos incomodar mais, a defesa da livre expressão de identidade de gênero e orientação sexual não se opõem a defesa da classe trabalhadora, justamente porque a nossa classe é composta por identidades múltiplas. Realmente identitário são os donos do capital, quase sempre homens, brancos e marcadamente heteronormativos. Nossa resposta a essa super identidade, branca-masculina-heterenormativa, base, inclusive, de muitos supremacismos e expressões da extrema direita é a defesa de um projeto socialista construído com a multiplicidade da classe trabalhadora e dos setores populares.

Entendemos que a Mandata Coletiva e Popular discute temas que levantam debates em que não existe uma resposta óbvia, estamos dispostos a ouvir todas as opiniões e discutir com paciência qualquer diferença. Respeitamos a trajetória dos militantes e dirigentes do PSOL na cidade, a disposição de dialogar é ilimitada, mas é preciso ter respeito mútuo. Nossa atuação não é motivo de piada, muito menos a defesa da comunidade LGBTQI+. As emoções causadas por um congresso partidário não deveriam permitir tamanho desrespeito.