PSOL não abre mão da sua independência: quem precisa de cargos para apoiar os projetos progressistas do Lula é o Centrão!
Ninguém pode negar que jogamos todas as nossas forças para derrotar Bolsonaro nas urnas. Passamos centenas de horas nas ruas, embaixo de chuva e sol, enfrentando provocações de bolsominions, defendendo o voto em Lula, candidato do PT. Fizemos isso por responsabilidade com o nosso país e, hoje, estamos entre os milhões de brasileiros orgulhosos de […]
7 dez 2022, 17:00 Tempo de leitura: 2 minutos, 23 segundosNinguém pode negar que jogamos todas as nossas forças para derrotar Bolsonaro nas urnas. Passamos centenas de horas nas ruas, embaixo de chuva e sol, enfrentando provocações de bolsominions, defendendo o voto em Lula, candidato do PT. Fizemos isso por responsabilidade com o nosso país e, hoje, estamos entre os milhões de brasileiros orgulhosos de terem defendido a democracia e o povo contra o fascismo bolsonarista.
Sabemos que a derrota do Bolsonaro nas urnas não encerra os riscos para a nossa democracia, por isso estamos comprometidos em defender a legitimidade da presidência do Lula. Acreditamos que qualquer anistia ou conciliação com os golpistas seria um erro terrível, assim como pressionar pela punição dos que atentam contra a democracia tem que ser ponto de honra.
Pelas sinalizações, o governo Lula deve se caracterizar pela conciliação, inclusive com parte significativa dos deputados que foram base de Bolsonaro e militares que ameaçam insubordinação. O PSD estará no governo de Tarcísio, líder do bolsonarismo, e terá ministérios. O MDB, peça fundamental do impeachment da Dilma, terá ministérios. Até mesmo o União Brasil, do juiz-bandido Sérgio Moro, deve ocupar espaço na Esplanada. Nós queremos poder criticar cada medida equivocada que esses ministros venham a cometer, disputando políticas públicas para a esquerda.
A política econômica do governo Lula não deve romper com os preceitos liberais. O neoliberalismo e o mercado chantagista foram parte fundamental da deterioração da democracia no Brasil e no descolamento da esquerda das bases trabalhadoras e populares. Não iremos colocar qualquer constrangimento que possa pôr em risco a legitimidade do governo, mas não vamos esconder o nosso programa de enfrentamento da desigualdade de classes e de construção de uma economia em que os trabalhadores estejam no centro.
A independência não significa oposição ao governo Lula, pelo contrário, a independência do PSOL viria junto com o compromisso de votar favoravelmente a qualquer medida necessária para a manutenção da legitimidade do governo petista e pela defesa, com todas as forças, de qualquer política progressista que o governo venha a apresentar. Quem precisa de cargos e de emendas secretas para apoiar medidas do governo é o Centrão.
Aproveitamos para manifestar nossos cumprimentos à atual líder do PSOL na Câmara, deputada Sâmia Bomfim, pela excelente condução do trabalho legislativo enfrentando o Centrão e a extrema-direita. A sua atuação é exemplo do que poderíamos perder se o PSOL abrir mão da sua independência e, em troca de cargos, se submeter à chantagem permanente de partidos como PP, União Brasil, PSD e outros.
Vereadora Juliana da AtivOz
Co-vereadores da AtivOz – Angela, Deise, Higor, Karina e Vilu