Nota de repúdio à tentativa de exclusão de membros do Conselho de Saúde de Osasco

Parte significativa das pessoas de Osasco está descontente com os serviços de saúde da cidade – são muitas as reclamações de falta de médicos e exames que demoram muitos meses para serem realizados. Os profissionais da saúde também demonstram descontentamento – a enfermagem exige o pagamento do piso sem artifícios, os médicos querem concurso, e todos na área da saúde merecem planos de carreira adequados. Impossível não citar também as graves denúncias do Ministério Público de Contas, acusando corrupção milionária nos contratos da Saúde.

Em meio a esse cenário, é triste que conselheiros ligados à gestão da saúde montem uma campanha e façam inúmeros recursos buscando a expulsão de dois dos mais combativos e comprometidos conselheiros. Para se ter ideia do tamanho do absurdo, um dos conselheiros que querem expulsar foi o mais votado para integrar o conselho e não foi eleito presidente do conselho por apenas um voto. Não é difícil perceber a intenção de construir um conselho chapa-branca, excluindo os críticos mais vocais e intimidando os demais conselheiros eleitos.

Concordamos com as críticas dirigidas ao conselheiro Francisco, que se referiu de forma machista a uma conselheira ligada à gestão, e não nos importa que isso tenha ocorrido após provocações, mas repudiamos que se instrumentalize o sentimento antimachista para abafar críticas a uma gestão que por diversas vezes não se aprofundou em graves denúncias de assédio contra trabalhadoras da saúde. 

Nossa concepção política inclui como valor a defesa da independência dos movimentos sociais, não temos ingerência sobre a forma de atuação dos conselheiros do nosso campo ideológicos, mas não temos dúvidas da legitimidade e da importância dos conselheiros que a gestão está tramando para excluir. É lamentável que em meio aos graves problemas da Saúde em Osasco a gestão prefira expulsar os críticos em vez de oferecer soluções.