Lins coloca Osasco na contramão do reconhecimento do transporte público como direito de todos

Nas redes sociais, o prefeito de Osasco gosta de exibir os feitos da sua gestão e se mostra sempre otimista. Mas, além de bloquear quem “ousa” apontar os problemas da cidade, Lins não falou nada sobre o segundo (e absurdo!) aumento da passagem de ônibus em apenas 9 meses. Pior, os dois aumentos ocorreram durante feriados, sem debate com a população e sem tempo hábil para que os cidadãos pudessem se preparar para essa maldade.

Viação Osasco e Urubupungá vs o Povo de Osasco. Lins escolheu o lado das empresas

O transporte público de Osasco tem dono e quem manda nos seus rumos não são os osasquenses. As viações Osasco e Urubupungá dominam há anos o serviço de ônibus e não têm vergonha nenhuma de pressionar o tempo todo por aumento de tarifa e subsídios públicos. Não pagam bem os trabalhadores motoristas, cobradores e pessoal de garagem, e investem muito pouco em soluções que minimizem o impacto ambiental e social de sua operação.

Ônibus em Osasco: Caro, insuficiente e precário

Caro – Em 9 meses o aumento da tarifa foi de 17,8% (de 4,50 para 5,30)! Desafiamos o prefeito e os donos das empresas a responderem duas perguntas.

1 – Quantos trabalhadores tiveram 17,8% de aumento nesse mesmo período?
2 – Vocês não têm vergonha de ver as pessoas se privando do básico para pagarem o ônibus?

Insuficiente – O osasquense que mora na periferia já sabe – A espera do ônibus pode durar uma hora ou mais em dias de semana, no final de semana é melhor desistir… A impressão que dá é que só querem manter linhas “nobres”.

Precário – Toda hora ônibus quebrado, todo dia ônibus atrasado, na hora do pico só ônibus lotado! Não é possível que com essa tarifa altíssima e com tanta amizade na prefeitura as empresas não consigam oferecer um serviço pelo menos razoável.

Transporte público com malha de cobertura ampla, ambientalmente responsável, confortável e gratuito é possível! E direito fundamental!

As autoridades da cidade são viciadas em lembrar que Osasco forma o 7º PIB, que está se tornando um pólo tecnológico, que o orçamento nunca foi tão grande… Bacana, mas essa cidade não consegue nem garantir o transporte da sua população?

Se antes precisávamos buscar exemplos de transporte público gratuito em cidades longínquas da Estônia, França e Bélgica, nos últimos anos cidades brasileiras como Maricá, no Rio, e Vargem Grande Paulista, na nossa região, demonstraram que ônibus gratuito não é uma loucura.

A CMTO, empresa hoje quase sem função, poderia ser o embrião de um projeto de transporte público gratuito, de qualidade e ambientalmente responsável. A questão é se as autoridades de Osasco terão coragem de enfrentar as poderosas empresas de ônibus.