Greve de estudantes, trabalhadores e docentes da Unifesp é pela recomposição orçamentária das Federais. Campus Osasco está paralisado
O campus da Unifesp Osasco, que abriga a EPPEN - Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, aderiu à paralisação, e aqui, além da recomposição orçamentária, os manifestantes lutam por segurança no entorno do campus e maior oferta de transporte público até as estações de trem e o centro da cidade.
8 maio 2024, 16:40 Tempo de leitura: 2 minutos, 39 segundospor Victor Luccas*
Mais de 50 instituições de ensino federal do País estão em greve para reivindicar recomposição orçamentária. Ao longo dos anos, o investimento da educação tem sido cada vez menor, impedindo o funcionamento com qualidade das instituições e prejudicando a educação brasileira, precarizando as condições de estudo dos alunos e de trabalho dos servidores e professores.
Essa situação foi impactada mais ainda pelo Teto de Gastos do Governo Temer e, agora, pelo Arcabouço Fiscal do Governo Lula. Ambos compõem o que chamamos de medidas de Austeridade Fiscal, ou seja, limitam os gastos públicos em áreas sociais como saúde e educação, mas permitem que o governo realize gastos para pagar a dívida pública para banqueiros e empresários. O resultado é que a população recebe serviços públicos cada vez mais precarizados enquanto os capitalistas ficam cada vez mais ricos às nossas custas. Tanto que já se quer retirar da Constituição a garantia de ter um investimento mínimo na saúde e educação devido ao Arcabouço Fiscal, por exemplo.
Por esse motivo, a greve reivindica a recomposição orçamentária das federais. Não podemos aceitar que exista incentivo financeiro público para o agronegócio que apoia o bolsonarismo golpista, enquanto os trabalhadores e professores estejam com defasagem salarial e estudantes estejam sem professores, com bolsas de estudos de valores muito baixos, sem garantia de uma alimentação de qualidade nas universidades ou até mesmo um transporte seguro para ir até a faculdade.
Assim, desde o dia 29 de abril, as três categorias da Unifesp Osasco – EPPEN estão em greve geral. Os estudantes, por sua vez, demonstram sua solidariedade aos trabalhadores e docentes que permitem com que recebam um ensino de nível superior de qualidade, mas também possuem suas próprias demandas. Algumas delas devem ser resolvidas pela prefeitura de Osasco, como um transporte seguro da universidade até as estações. A universidade não possui fácil acesso, não há muitos ônibus que passam por ela e muitos estudantes fazem uma caminhada de vinte minutos até a estação Comandante Sampaio pela Av. Sport Club Corinthians Paulista, completamente escura e deserta às 10 horas da noite, para voltarem para suas casas.
O prefeito Rogério Lins fez recentemente um vídeo de propaganda, exaltando a existência da Unifesp na nossa cidade. Mas ainda não tomou nenhuma medida para melhorar a qualidade da universidade que temos em Osasco. Lins, inclusive, já anunciou que, quando a Unifesp mudar para o novo campus em Quitaúna, o campus no Jardim das Flores se tornará um Instituto Federal, que é uma ótima notícia, mas não podemos aceitar que os nossos jovens estudem em condições precarizadas.
Portanto, apoiar a greve da Unifesp é um dever de toda a população de Osasco. Afinal, se as reivindicações da greve forem atendidas, teremos instituições de ensino de muito mais qualidade na nossa cidade, o que beneficiará e dará oportunidades aos nossos jovens.
*Victor Luccas é estudante da Unifesp e militante do coletivo de juventude Juntos!