Etapa estadual da Escola Emancipa comemora 15 anos e lança plataforma Poder para as Periferias
Etapa estadual da Escola Emancipa celebro os 15 anos de atuação e lançou a plataforma Poder Para as Periferias
20 jul 2022, 11:38 Tempo de leitura: 3 minutos, 46 segundosNo sábado 16 de julho aconteceu mais uma edição da Escola Emancipa – etapa estadual -, na Casa Emancipa, no Grajaú (zona sul da capital). As cerca de cinquenta pessoas presentes participaram de debates e círculos de palestras em que foram discutidos os desafios da educação popular nas periferias hoje, bem como o tema que comemora os 15 anos de existência do Emancipa: “Retomar a posse: nosso território, nossa história”.
O dia de estudos foi aberto pelo coordenador nacional Maurício Costa de Carvalho, um dos fundadores deste que é o maior movimento de educação popular do Brasil – com cerca de 40 núcleos de cursinho pré-universitário no estado de São Paulo, presente em mais de 10 estados brasileiros e no Distrito Federal, além de países africanos como Cabo Verde, Guiné Bissau e Angola.
Maurício abriu os debates com uma retrospectiva histórica, pontuando acontecimentos sociais, políticos e econômicos que mudaram o mundo e acabaram por forjar o Emancipa. Ele finalizou sua fala reiterando que o Emancipa tem como diferencial a independência enquanto movimento social, a atuação no território, e recordou um provérbio africano: “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, a história da caça sempre glorificará o caçador”.
Em seguida, os membros passaram a discutir os desafios da educação popular, num círculo de conversas que tratou, entre outros assuntos, da importância de, num primeiro momento, derrotar Bolsonaro nas urnas e, a médio prazo, “derrotar o bolsonarismo que invadiu as nossas periferias desde que o petismo abandonou o trabalho de base”, como pontuou o coordenador nacional Ricardo Almeida. “A Rede Emancipa tem o objetivo dessa retomada da posse e do trabalho territorial, formando jovens que possam coordenar o nosso movimento e fazer a luta política anti-bolsonaro, buscando o poder para as periferias, que têm de ser o centro de toda luta política dos progressistas do Brasil”, ressaltou.
Ana Laura Cardoso comentou que o objetivo dessa edição da Escola Emancipa foi, principalmente, “fortalecer as fileiras da educação popular, assim como fortalecer nossas fileiras da cultura nas quebradas e na periferia, e também dizer um pouco mais sobre a nossa história de 15 anos que vem se consolidando na disputa por um novo tipo de educação pelo qual precisamos lutar”.
Participaram do encontro coordenadores de vários núcleos da Rede Emancipa, além de professores, alunos e apoiadores. O cursinho Dandara dos Palmares, de Osasco, foi representado pela coordenadora Angela Bigardi, covereadora da mandata AtivOz.
Emancipa lança plataforma “Poder para as Periferias”
Durante a etapa estadual da Escola Emancipa, dia 16 de julho, o maior movimento de educação popular brasileiro lançou a plataforma política que apoia candidatos das periferias para os cargos do legislativo estadual e nacional, nas eleições de outubro próximo.
Estiveram presentes a deputada federal Sâmia Bomfim, a vereadora Luana Alves, e a deputada estadual Mônica Seixas, junto das pré-candidatas a deputadas estaduais Ana Laura Cardoso, Karina Correia e Rose Soares, representando o movimento @sppretas.
De acordo com Luana Alves, a força do Emancipa reside justamente em ser um movimento social que sempre se colocou na disputa política: “Trata-se de um movimento que faz trabalho de base com estratégia, pois, mais do que ter a educação como meta, vide os cursinhos pré-universitários e a alfabetização de jovens e adultos, formou, durante a pandemia, a Solidariedade Ativa, que atuou na distribuição de alimentos porque os estudantes e suas famílias estavam com fome”. Fred Henriques, ex-professor e hoje apoiador da Rede Emancipa, ressaltou que “é de suma importância aproveitar toda a cultura, as tecnologias periféricas, todos os saberes que o Emancipa vem cultivando nesses 15 anos de experiência – sabendo, claro, que as periferias não são todas iguais -, e dar um salto, tanto para a organização interna da Rede quanto para intervir no processo eleitoral a partir dessa plataforma que o movimento está estruturando”.
Ana Laura Cardoso ressaltou que a plataforma ”visa um programa de independência do povo preto, pobre, periférico, das mulheres, da pessoas LGBTQIA+, e da juventude, para uma alternativa que seja construída pelas nossas mãos e não iludida com o que já foi no passado, mas que possa colocar um programa das periferias para fazer uma disputa real nos territórios”, concluiu.