Denunciamos a Chacina do Jacarezinho – Moção Aprovada na Câmara de Osasco
Polícia não é Justiça e o Brasil não tem pena de morte
18 jun 2021, 17:04 Tempo de leitura: 2 minutos, 30 segundosSabemos que se posicionar contra a operação bárbara que tirou a vida de 25 pessoas na Favela do Jacarezinho trará inevitavelmente reações exaltadas e agressivas. O senso comum acredita que o aumento sem fim da repressão policial e o confronto armado trarão o fim da violência. Esse pensamento explorado por políticos oportunistas e por policiais, pseudo jornalistas e outras personalidades com pretensões eleitorais agravou o problema, criou as milícias fortalecendo a ala mafiosa das polícias e fez com que o crime organizado se adaptasse aumentando o seu poder de fogo.
Mesmo na guerra não se executa inimigos rendidos porque isso é moralmente covarde e estrategicamente estúpido. Se não é permitida a rendição, o agressor armado responderá a emboscada como quem não tem alternativa. Mas, pior, não estamos em guerra, o tráfico de drogas e o crime organizado recrutam adolescentes e homens jovens que abandonados pelo sistema econômico e com horizontes culturais limitados pela sociedade que exalta um modelo de masculinidade violenta. Nesse contexto a violência da polícia com seus caveirões estragando portões e carros, as invasões sem mandato as residências e as execuções extrajudiciais como as presenciadas por crianças ontem no Jacarezinho reforçam a exclusão e abandono dos jovens das comunidades e facilitam o recrutamento do crime organizado.
A solução para a violência passa por uma polícia que pare imediatamente de agir de forma demagógica e politizada – Como pode um comandante da polícia dizer que os executados não eram suspeitos e sim homicidas sabendo que a imensa maioria não era sequer denunciado por qualquer crime?
A essa altura só os cínicos ou os politicamente interessados ignoram que o caminho para a diminuição dos crimes e da violência apontam para um modelo de identificação dos chefes das máfias, o sufocamento econômico dos financiadores
e incentivos para que os jovens não adiram ao crime organizado. Nesse sentido os Direitos Humanos são porta de saída para a violência, quem se coloca contrário a isso é desonesto ou mal informado.
Por último, a tragédia que acontece no Rio se repete com diferentes intensidade e algumas características próprias por todo Brasil. Na nossa cidade acreditamos que foi um grave erro a criação e uma continuidade incompreensível do erro a criação de uma força especial a partir da Guarda Civil Metropolitana. A ROMU foi inspirada e recebe treinamento da Rota, tropa da PM de São Paulo conhecida e constantemente denunciada pelo uso excessivo da violência. Uma força policial desse tipo não ajuda a diminuir a violência, está fora das atribuições do poder municipal, traz riscos para a sociedade e custa caro. A prefeitura do Rogério Lins deveria abandonar imediatamente essa política de segurança vazia, antiquada e perigosa.