Câmara de Osasco aprova moção de memória pelos 50 anos do assassinato de Zequinha Barreto e Carlos Lamarca

Segue intervenção da porta-voz e co-vereadora Juliana Curvelo da AtivOz:

“Osasco ainda é uma cidade jovem. Perto de cidades centenárias como São Paulo, Santos ou Salvador. Mas nós temos nossa história e temos que preservar ela toda, sem preconceitos. Temos a história dos emancipadores e de tantos povos que formaram nossa cidade.

E não há como contar a história da cidade sem citar dois grandes personagens – Zequinha Barreto e Carlos Lamarca. O Zequinha foi metalúrgico e líder da corajosa greve da Cobrasma em 1968 e Carlos Lamarca foi capitão do exército no quartel de Quitaúna. 

Ambos fizeram parte da luta armada, eu particularmente considero a luta armada um erro que acabou justificando para parcela da população os crimes da ditadura – censura, exílio, tortura e assassinato.

Zequinha Barreto acreditou na luta sindical e de massas. Organizou greves, foi torturado e decidiu dedicar sua vida a defender o povo contra a tirania da ditadura militar. Carlos Lamarca trocou a carreira estável e de destaque que tinha no exército quando viu que as forças armadas em quem acreditou havia virado instrumento de violência contra o povo.

Na cidade de Ipupiara existe uma bela estátua que reproduz momentos finais de Zequinha Barreto e Carlos Lamarca. Essa estátua mostra Zequinha carregando Lamarca ferido e debilitado nos ombros, esgotando talvez suas chances de escapar do cerco  pouco antes de serem executados por homens comandados pelos símbolos dos crimes da ditadura major Nilton Cerqueira e delegado Sérgio Fleury. 

A história de Osasco não será completa se deixarmos que as novas gerações não saibam quem foi Zequinha Barreto e Carlos Lamarca“