A etapa municipal de Osasco do 8º Congresso do PSOL foi concluída no primeiro final de semana de setembro com a segunda e última plenária que elegeu delegados para o congresso estadual e a proporção das tendências que irão compor o novo diretório municipal. Entre as mais de mil plenárias que o PSOL realizou em todo o Brasil, duas aconteceram em Osasco – uma na Associação Unidos do Jd. D’ávila, na Zona Norte, e outra na Câmara Municipal, no Centro. Centenas de pessoas estiveram nas duas plenárias, incluindo 205 filiados com direito a voto.
Foram discutidos temas nacionais, estaduais e municipais. Em alguns debates o consenso foi grande como na necessidade de derrotar Tarcísio e seus ataques contra os serviços públicos. Trabalhadores da Sabesp, da Educação Estadual e da CPTM defenderam uma ampla campanha em defesa dos serviços públicos e contra a privatização.
No tema nacional, apesar de todos partirem do mesmo entendimento de que foi muito importante apoiar Lula para vencer Bolsonaro, a relação com o governo do PT foi alvo de debates acalorados, mas respeitosos. Parte das lideranças alegou que, apesar da derrota eleitoral do Bolsonaro, a força da extrema direita na sociedade continua sendo grande preocupação e, por isso, estar mais próximo do governo pode ser importante para sua sustentação. Por outro lado, a tendência da qual a AtivOz faz parte insistiu que é possível defender a legitimidade do governo, enfrentar a extrema direita e, ao mesmo tempo, se manter fiel ao programa histórico do PSOL.
“Ficamos muito contentes em receber a nossa deputada e parceira Sâmia Bomfim para defender conosco a nossa tese. O mandato dela é a demonstração de que é possível lutar contra a extrema direita e ao mesmo tempo manter postura independente em relação ao governo Lula. A Sâmia foi fundamental para a derrota do Salles e do ruralismo na CPI do MST e, ao mesmo tempo, foi peça chave na articulação que levou ao voto contrário do Arcabouço Fiscal do ministro Haddad”, opinou a vereadora Juliana da AtivOz sobre a principal polêmica nacional.
Tendência interna AtivOz-MES mais do que dobra a votação e se consolida como maior grupo do partido em Osasco
No debate municipal, a principal divergência foi sobre o balanço do Diretório atual, a maioria da atual gestão defendeu um balanço positivo, colocando como um dos elementos a regularização financeira. Entretanto, o bloco minoritário da AtivOz-MES criticou a falta de reuniões regulares do Diretório, a quase ausência do partido nas redes sociais e a inexistência de uma sede para o PSOL Osasco mesmo tendo dinheiro suficiente em caixa. Outro tema aberto na plenária, mas ainda não aprofundado, se refere à estratégia eleitoral para o ano que vem: se o PSOL deve ter candidatura própria ou se deve apoiar a candidatura do PT na cidade.
“Consideramos o resultado da nossa tendência AtivOz-MES muito positivo. Em dois anos aumentamos nossa votação de menos de 18% para quase 38% e vamos ter 9 militantes no Diretório. Estaremos na direção do PSOL, defendendo o nosso programa com 3 prioridades – 1. Estabelecer sede na cidade e reuniões regulares de Diretório. 2 – Projetar o PSOL para disputar a cidade, enfrentando a direita e o governo Lins. 3 – Organizar uma estratégia eleitoral capaz de ampliar a bancada e procurar no partido nomes que possam representar o nosso programa na eleição para o executivo”, afirmou Rafael Borguin, do MES São Paulo.
