A Prefeitura de Osasco tem a Obrigação de Preservar o Museu. E Sem Fazer Politicagem com o Bolsonarismo

O Museu Dimitri Sensaud de Lavaud, mais conhecido como Museu de Osasco, é provavelmente o mais importante patrimônio histórico da cidade, construído no século XIX, tem inspiração de estilo rural do norte da Itália e é único no Brasil. Além do valor arquitetônico, habitaram o chalé o mais reconhecido fundador da cidade de Osasco, Antonio Agù, e sua esposa Primitiva Vianco. No mesmo Chalé morou também Dimitri Sensaud de Lavaud, responsável pela construção do primeiro avião no Brasil e realizador do primeiro voo da América Latina (em Osasco!).

A magnitude desse patrimônio histórico deveria ser correspondida pelo cuidado da prefeitura da cidade com sua preservação e celebração. Mas já há muitos anos, perpassando gestões de diferentes partidos, o Museu oscila entre abandono total ou funcionamento precário. A última restauração aconteceu em 2007 e a reinauguração em 2009, mas de lá para cá a deterioração se tornou cada vez mais evidente. Quem passa na rua tem dificuldade de perceber que aquele casarão abandonado tem imenso valor cultural, histórico e sentimental para a nossa cidade. 

Ano passado a AtivOz questionou sobre o Museu em uma reunião com a Secretaria da Cultura e nos disseram que seria restaurado em breve, mas passado vários meses nenhuma medida foi tomada. Neste sábado 19/02 somamos com algumas dezenas de militantes no ato-abraço pela preservação e contra a terceirização do Museu de Osasco. Apesar da dificuldade dos organizadores em levar a questão para além da lógica partidária/eleitoral (nós e um grupo de professoras mobilizadas pelo FUNDEB fomos impedidos de falar) apoiamos a luta e continuaremos na campanha pela restauração, contra a privatização e pela valorização do nosso patrimônio histórico.

No nosso Instagram, nesse link, você confere as fotos do ato: https://www.instagram.com/p/CaKacLILRp7/

Após o ato alguns vereadores da base de apoio ao prefeito Lins divulgaram que estavam em Brasília dialogando com o Ministério do Turismo para “trazer verbas” que resolveriam os problemas do Museu. Nós acreditamos que essa abordagem é um erro duplo. É inicialmente um erro porque Osasco é uma cidade rica, com arrecadação crescente e total capacidade de preservar o seu patrimônio histórico. A cidade tem a capacidade de construir obras viárias grandiosas, inaugurar imenso batistério e pagar comercial no horário nobre da Globo. O que precisamos é de um plano de preservação e utilização do Museu, contínuo e com estrutura permanente. Mas o erro não é apenas esse, no afã de dar resposta rápida ao problema do museu os vereadores não percebem que estão “dialogando” com um Ministério do Turismo que está envolvido na destruição da Cultura e do Patrimônio Histórico. Um ministério que reembolsa 78 mil reais para Mário Frias visitar lutador de MMA em Nova York nunca será um verdadeiro aliado na defesa do patrimônio histórico osasquense.