A Comunidade LGBTQIA+ na Linha de Frente da Defesa da Democracia
Marielle Presente! Os inimigos da democracia e da comunidade LGBTQIA+ estão tomando o poder. Marielle Franco, vereadora eleita com 46,502 votos, foi brutalmente assassinada no Rio de Janeiro em 14 de março de 2018, lutava contra as opressões e os abusos das milícias dos RJ, era engajada nas pautas a favor dos direitos humanos e […]
15 jul 2021, 11:24 Tempo de leitura: 4 minutos, 17 segundosMarielle Presente!
Os inimigos da democracia e da comunidade LGBTQIA+ estão tomando o poder. Marielle Franco, vereadora eleita com 46,502 votos, foi brutalmente assassinada no Rio de Janeiro em 14 de março de 2018, lutava contra as opressões e os abusos das milícias dos RJ, era engajada nas pautas a favor dos direitos humanos e da periferia.
Marielle era cria da Maré, mulher, mãe, lésbica, preta e pobre, tudo que esse sistema genocida abomina, indo contra tudo o que patriarcado impõe teve sua vida interrompida por fazer seu trabalho, fiscalizando e construindo politicas públicas para todas, todos e todes.
Quem mandou matar Marielle? Essa é a pergunta que não temos todas as respostas, mas tentaram calar uma lutadora e milhares de guerreiras e guerreiros surgiram e surgirão através da potência do legado de Marielle, que viveu, vive e viverá em nossos corações, memórias e lutas, pois nosso luto vira luta e amanhã há de ser outro dia.
Ameaças à Vereadoras e Co-Vereadores do PSOL
Erika Hilton, vereadora mais votada com 50.508 votos recebeu dezenas de ameaças por rede social, com mais de 50 pessoas e foi surpreendida por um homem agressivo portando bandeira e máscara com símbolos fundamentalistas cristãos, autodenominado “garçom reaça” em seu gabinete. Esse indivíduo já apareceu por 2 vezes em manifestações no calçadão de Osasco abordando manifestantes e negando ser o “garçom reaça”
As co-vereadora Carolina Iara e Samara Sosthenes, que compõem respectivamente a Bancada Feminista e o Quilombo Periférico, também acreditam que podem ter sofrido atos de intimidação em suas casas. Diante da falta de assistência da Câmara Municipal de São Paulo e da desconfiança de que a sociedade não está dando a devida atenção a segurança delas, ambas, assim como Erika Hilton, seguem com o trabalho importante que desempenham, mas, seguem com apreensão.
Caso mais grave é o da vereadora Benny Briolly. A primeira Trans eleita em Niterói sofreu diversas ameaças de morte e chegou a ter que deixar o país, retornando ao Brasil após ser incluída no PPDDH (Programa de Proteção aos Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos).
Câmara de Osasco LGBTQIA+
Pela primeira vez na história Osasco tem uma Mandata Coletiva e Popular como a AtivOz, onde eu, Higor Andrade, co-vereador e ativista LGBTQIA+, levamos a defesa da nossa comunidade como prioridade para pautar o legislativo. No primeiro semestre, além de uma série de moções e indicações, já protocolamos dois projetos de leis, o PL 09/2021 que garante o uso de banheiro de acesso público a travestis, transexuais e pessoas interssexo de acordo com sua identidade de gênero e o PL 35/2021 que inclui no calendário oficial de Osasco o Dia Marielle Franco de enfrentamento à violência contra mulheres negras, LGBTQIA+ e periféricas a ser comemorado anualmente no dia 14 de março. Os dois projetos estão parados no CCJ (Comissão constituição e Justiça da câmara) e uma de nossas indicações referentes ao mês do orgulho LGBTI+ que era para iluminar a ponte com as cores LGBTQIA+ (um ato simbólico importante) não foi atendida.
Ou seja, somos 1 em 21 por isso somente com a união e força da comunidade conseguiremos que nossas pautas não continuem sendo invisibilizadas, ainda mais em Osasco onde temos a maioria da câmara composta com vereadores conservadores. Não deixaremos de lutar e tenho orgulho de ser o representante da comunidade LGBTQIA+ na Câmara.
As pautas contra as opressões diante dos retrocessos
Quando olhamos para a presidência da república nos deparamos com um sujeito que desde antes de ser eleito já agredia nossa comunidadecom falas e ações lgbtfóbicas, dizendo que não aceitaria um filho ou vizinho gay. Como presidente continuou com as agressões e promove o desmonte das políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+
Os conservadores e defensores da ditadura militar se incomodam quando chegamos em espaços que eles não admitem a nossa presença, lugares que desde sempre foram para homens, heteronormativos e brancos, mas resistiremos, não irão nos calar com ameças, não estamos sozinhas e não admitiremos repetir 1964 em 2021.
Estão tentando nos silenciar, nos ameaçando e ameaçando a democracia, mas o povo nos escolheu e ao povo todo o poder, nós resistiremos pela saúde, educação, segurança e cultura, nós resistiremos pelos manos, manas, monas e minas, nós resistiremos pela periferia, nós resistiremos em favor e pela DEMOCRACIA.
A luta contra as opressões continua, pelas mulheres, LGBTQIA+, negras e negros e indigenas, a luta continua e concluo esse texto com uma pergunta de nossa guerreira Marielle “Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”
Higor Andrade – Covereador da Mandata Coletiva e Popular AtivOz.