Sâmia Bomfim discute intolerância religiosa com povo do Axé
Evento aconteceu em Carapicuíba e teve a participação de membros da mandata AtivOz
25 ago 2022, 16:55 Tempo de leitura: 2 minutos, 3 segundosComprometida com a pauta das religiões de matriz africana, a deputada federal Sâmia Bomfim esteve no Ilê de pai Jonathan, em Carapicuíba, no dia 13 de agosto, discutindo as demandas desse segmento com pais-de-santo, simpatizantes e yawos – filhos-de-santo iniciados no candomblé e no batuque. Organizado por Ana Laura Cardoso, candomblecista e cocandidata a deputada estadual pelo movimento @sppretas, o evento contou com a presença de representantes de Itapevi – pai Kita – e de Osasco – mãe Luciana D’Ogum, além dos covereadores da mandata AtivOz Higor Andrade e Deise Oliveira.
Diferentemente da bancada evangélica, grandemente representada nos parlamentos municipais, estaduais e federal, e cujos projetos recebem a atenção de vários setores da sociedade, “as religiões de matriz africana são inviabilizadas e, pior, são marginalizadas, tendo, não raro, seus locais de culto invadidos, depredados, e suas imagens quebradas por conta da intolerância religiosa”, afirma o covereador Higor Andrade. Segundo ele, é de suma importância elegermos candidatos preocupados com essa pauta: “Precisamos, além disso, de candidatos comprometidos com o Estado laico, pois isso significa legislar não só para pessoas de todas as religiões, mas também para aquelas que não professam religião nenhuma”.
Terreiros vivos e atabaques tocando
Um dos temas discutidos no encontro foi a destinação de recursos (por meio de emenda parlamentar), em 2020, pela deputada Sâmia Bomfim para o mapeamento de terreiros afro-religiosos da grande São Paulo, projeto encabeçado por pesquisadores do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Além desse, outro assunto debatido foi a intenção, da Prefeitura Municipal de Osasco, de regulamentar os terreiros da cidade, o que causa preocupação entre os religiosos. “Cabe ao poder público explicar como se dará tal regulamentação, pois é sabido que muitas das casas que praticam religiões de matrizes africanas – candomblé, jurema, umbanda, entre outras – têm escadas, portas estreitas, nem todas têm saídas de emergência, dado que são religiões historicamente demonizadas, e não raro seus cultos se dão em locais de difícil acesso justamente para não sofrerem violações ou invasões. É complicado exigir para os terreiros as mesmas regras exigidas para uma igreja, por exemplo, cujos templos são respeitados”, afirma Higor, complementando: “Exigir uma regulamentação padronizada para os terreiros significa excluir ainda mais esses espaços já tão marginalizados”