Eleição no Sindicato dos Servidores (SINTRASP), AtivOz estimula a participação crítica

Não anda fácil ser servidor público no Brasil, nos últimos anos foram sucessivas retiradas de direitos, congelamento salarial e cresceu um discurso mentiroso que trata os trabalhadores do serviço público como se fossem privilegiados. A estratégia é convencer os  funcionários de empresas privadas e toda a população que os salários dos servidores é o que causa a falta de dinheiro para investimentos em melhorias nos serviços públicos. Mas a verdade é que enquanto os trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público são cada vez mais explorados, os grandes empresários, os especuladores do sistema financeiro e a pequena camada de funcionários indicados politicamente que ganham supersalários são cada vez mais privilegiados.

É para se contrapor a essas mentiras e para organizar de forma independente os trabalhadores que os sindicatos são importantes. É preciso lutar para que os salários não percam poder de compra diante da inflação, por planos de carreiras que motivem os trabalhadores a continuarem se especializando e assumindo mais responsabilidades e, cada vez mais, que se crie mecanismos para proteger os trabalhadores o absurdo assédio moral a que tantos são submetidos.

Nesse sentido, chama atenção que enquanto em SP os sindicatos tiveram papel ativo na enorme luta contra o SampaPrev, em Osasco, com a exceção da APOS, os sindicatos não colocaram nenhum empecilho a reforma da previdência – variando a postura entre não mobilizar nada ou apoiar abertamente uma reforma da previdência que retirou direitos dos servidores da cidade.

Por sindicatos corajosos, democráticos e presentes na base

Os sindicatos passam por forte crise no Brasil, com honrosas exceções os aparatos sindicais acostumados a se financiar através do imposto sindical e distantes das bases perderam a conexão com a vida dos trabalhadores. Não é raro que dirigentes sindicais passem décadas afastados do seu local de trabalho e que se transformem em burocratas cuja única intenção é manter os privilégios advindos do sindicato.

Acreditamos que os sindicatos precisam passar por uma profunda revisão entendendo a crescente complexidade da classe trabalhadora, pensando formas de combater a tendência à burocratização e efetivamente presentes na base. Os sindicatos precisam ser locais seguros para as mulheres, LGBTQIA+ e negras e negros, precisa ser intolerante com a intolerância e radical na defesa das condições de vida da categoria que representa. Precisam ser independentes, não faz sentido, por exemplo, que um sindicato como o SINTRASP tenha dificuldade de criticar o prefeito da cidade seja ele de que partido for.

Diante da eleição do SINTRASP, apoiamos o fortalecimento da democracia

Ao nosso ver os servidores de Osasco ainda não contam ainda com um polo de organização e luta que seja antiburocrático e capaz de defender os direitos dos servidores como todos os trabalhadores merecem. É preciso construir esse polo e é por isso que nessa eleição do SINTRASP não podemos deixar de indicar simpatia a chapa que enfrentou tentativas de impedimento de registro e que se posiciona contrariamente a regras extremadamente antidemocráticas como a que impede a participação dos guardas municipais e vigias e a que obriga 3 anos de filiação para que se possa votar no futuro da própria categoria.

Acreditamos que o voto na Chapa 2 faz avançar a democracia na categoria e aumenta a possibilidade de construção de um polo combativo e democrático à altura dos desafios do tempo em que vivemos, em que pese as insuficiências programáticas.

ATENÇÃO SERVIDOR DE OSASCO, CASO TENHA DIREITO A VOTO NÃO DEIXE DE PARTICIPAR.

ELEIÇÕES DO SINTRASP 6,7 E 8 DE DEZEMBRO