Em memória de Geisa Sfanini, inflação mata
Jovem mãe do Bussocaba/Osasco morre em acidente ao utilizar álcool para cozinhar por falta de gás GLP
30 set 2021, 14:47 Tempo de leitura: 1 minuto, 27 segundosA morte de Geisa Sfanini, mulher jovem e mãe de um filho de 8 meses, já seria de qualquer forma uma tragédia, mas causa revolta que essa osasquense do Bussocaba tenha morrido em um acidente causado pela dificuldade que muitas famílias estão tendo para comprar um botijão de gás. Ao tentar cozinhar com álcool combustível, Geisa causou um acidente que a matou e feriu seu bebê.
O acidente que aconteceu com Geisa se repete por todo o país, com famílias que não conseguem mais equilibrar o orçamento doméstico com a disparada do preço dos alimentos, da energia elétrica, do aluguel e do gás de cozinha. Em Osasco um botijão de gás custa 98 reais e não é incomum que famílias passem semanas esperando receber o salário, aposentadoria ou algum benefício social para conseguir comprar esse item essencial para a segurança alimentar.
Na ideologia neoliberal que domina a equipe econômica de Paulo Guedes/Bolsonaro os preços se ajustam de acordo com a oferta e a demanda internacional, mas infelizmente enquanto o agronegócio e os acionistas da Petrobrás enriquecem com o aumento da demanda internacional por alimentos e combustíveis, as famílias pobres passam fome, os motoristas e entregadores de aplicativo perdem renda e muitas pessoas desesperadas como a Geisa se arriscam substituindo o gás GLP por etanol.
É urgente uma política que combata a inflação enfrentando os interesses do agronegócio e dos acionistas da Petrobrás. Bolsonaro diz que o preço cairá “se Deus quiser”, mas o deus dele e do Paulo Guedes é o Deus Mercado e essa divindade só atende as orações dos banqueiros.